PIB cearense tem queda de 14,55% no segundo trimestre, mas expectativa é de involução menor do que índice nacional em 2020
22 de setembro de 2020 - 16:32 #economia #Ipece #PIB #PIB Trimestral
Pádua Martins - Ascom Ipece
O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, no segundo trimestre de 2020, fechou com queda de -14,55% em relação ao mesmo período de 2019, quando o índice ficou em 1,53%. O resultado mostra o impacto causado na economia pelo coronavírus (Covid-19), que inverteu as estimativas positivas existentes no final de 2019 e início deste ano para PIB cearense, bem como para o indicador brasileiro, que apresentou decréscimo de -11,4% no mesmo período. A boa notícia é que, pela previsão para o PIB realizada este mês pelo Ipece, a economia cearense em 2020 está em -4,35% (em junho era de -4,92%), inferior do que a projetada para o Brasil: -5,11%.
O resultado do PIB estadual no segundo trimestre deste ano (-14,55%), em relação ao primeiro trimestre imediatamente anterior, ficou em -13,23%, enquanto que o nacional (-11,4%), na mesma comparação, em -9,7%. O acumulado no ano (primeiro semestre) mostra que a economia cearense involuiu -7,58%, enquanto a nacional -5,9%. Já nos últimos quatro trimestres, a queda do PIB cearense foi de -2,72% e a nacional de -2,2%. Os dados da economia estadual e brasileira, bem como as estimativas para 2020, foram anunciados, na tarde de hoje (22), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Dos três setores que compõem o PIB – Agropecuária, Indústria e Serviços – o primeiro apresentou crescimento positivo – embora tenha menor peso na composição do índice – e fechou com desempenho de 18,88% no segundo trimestre de 2020 em relação a igual período do ano anterior, isso pelo isso pelo valor adicionado, que é a contribuição ao produto interno bruto pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor de produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades. O desempenho do mesmo setor no PIB nacional, no mesmo período, foi de 1,2%.
O setor de Serviços cearense caiu -13,68% (nacional a queda foi de -11,2%), sendo que todos os seus seis setores/atividades apresentaram declínios. O maior deles foi no Comércio, com – 24,01%, seguido pelo Transportes, com -20,87%; Intermediação Financeira, com -14,86%: Alojamento e Alimentação (-12,35%); Administração Pública (-6,11%) e Outros Serviços, com -2,47%. Já a indústria cearense, também no segundo trimestre deste ano em relação a igual período de 2019, involuiu -33,05%, ficando as maiores quedas nos setores Extrativa Mineral, com -85,83%, e Transformação, com -40,96%.
EXPECTATIVA
Confiante no crescimento da economia no segundo semestre de 2020, o analista de Políticas Públicas do Ipece Nicolino Trompieri Neto, que coordenou a equipe que elaborou o PIB, afirma que “a solidez fiscal do Estado, no qual permite que o Governo do Ceará retome os programas de investimentos públicos planejados, bem como um processo de reabertura das atividades econômicas de forma gradual e responsável, iniciado no mês de junho, são elementos que permitirão o reaquecimento da economia cearense por todo o segundo semestre de 2020”.
Como ocorreu na divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2020, os números do segundo trimestre também, foram repassados em transmissão ao vivo, justamente em decorrência do coronavírus, e contou com a participação de jornalistas de diferentes meios de comunicação. Os analistas de Políticas Públicas do Instituto observaram que a recuperação da economia do Ceará deve ocorrer gradualmente, mas de forma mais rápida que a nacional, comportamento verificado em crises anteriores. Fizeram parte da equipe responsável pelo PIB os também analistas Witalo Paiva e Alexsandre Lira e os assessores técnicos Cristina Lima e José Freire Júnior, todos da Diretoria e Estudos Econômicos (Diec) do Ipece.
ÍNDICE
O PIB é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo. Além do Ceará, mais sete estados brasileiros realizam o cálculo de sua economia trimestralmente: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, que utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais. É calculado com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, e desagregados por suas atividades econômicas. É importante ressaltar que, como indica somente uma tendência de crescimento ou arrefecimento da economia, suas informações e resultados são preliminares e sujeitos a retificações, quando forem calculadas as Contas Regionais definitivas, em conjunto com o IBGE e as 27 Unidades da Federação.
Clique aqui e acesse a Apresentação do Pib 2º Trimestre 2020.
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