Ceará sedia evento pelo emprego e produtividade

6 de março de 2020 - 13:29 # #

Governo do Estado defende alinhamento de esforços e foco de ações entre poderes para gerar resultados rápidos

Representando governador do Estado do Ceará no lançamento no programa federal “mobilização pelo emprego e produtividade”, realizado no dia 06 de março, em Fortaleza, o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Francisco de Queiróz Maia Júnior, defendeu o alinhamento das ações dos agentes públicos e do setor privado para diminuir o desemprego, elevar renda e, consequentemente, alimentar o crescimento econômico.

“O Ceará vem crescendo mais que a média nacional, mais ainda tem 500 mil dos 11 milhões de desempregados do país. Essa é uma situação muito preocupante”, observou o secretário Maia Júnior durante o evento, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e que contou com mais de 800 presenças, incluindo membros do parlamento estadual e federal, instituições de fomento e qualificação, prefeitos e representantes de micro e pequenos empreendedores.

O secretário também defendeu um modelo de desenvolvimento econômico que resulte em empresas de maior produtividade e com capacidade de gerar empregos de salários mais elevados. “Os modelos anteriores funcionaram bem até certo ponto, mas já não respondem às demandas da sociedade atual. Atentos a isso, lançamos no estado, no final do ano passado, o programa Ceará Veloz (para acelerar o crescimento) e em breve será apresentado o Ceará 2050 (para pensar o futuro)”, acrescentou.

Falando em nome do setor empresarial, o ex-presidente da Fiec, Fernando Cirino, destacou a necessidade da criação de um mercado interno forte no País, com maior massa salarial e capacidade de consumo. Na avaliação dele, isso passa pela elevação da competitividade da economia nacional – que diminuiria a dependência de fatores externos. “Precisamos de um mercado nacional forte, não ficar, por exemplo,atrelado sempre à oscilação do dólar. Isso gera uma instabilidade indesejável”.

Competividade

O titular da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, Carlos da Costa concordou que um dos maiores desafios da economia nacional é elevar a competividade empresarial. Segundo ele, entraves que vão desde a burocracia, infraestrutura e logística impõem um custo próximo a R$ 1,5 bilhão por ano à economia brasileira. “Cálculos (iniciais)também indicam que na região Nordeste essa carga seja entre 20% ou 30% ainda maior”, observou.

O programa Mobilização pelo Emprego e Produtividade, de acordo com secretário Carlos da Costa, tem por objetivo reduzir dificuldades ao empreendedorismo no Brasil, elevando a produtividade e competitividade. Nesse sentido, várias iniciativas estão em curso no País – muitas das quais dando ênfase aos pequenos negócios. “98,5% das empresas brasileiras são micro ou pequenas e respondem por 54,5% dos empregos formais. Merecem, portanto, grande atenção”.

Carlos da Costa disse ainda que a Sepec vem trabalhando vários projetos no sentido de aprimorar a ambiência de negócios no País, reduzindo obstáculos que, muitas vezes, a própria administração pública impõe à iniciativa privada. “Defendemos que o governo interfira menos na vida econômica. Não é razoável que se leve vários meses para obter alvará para abrir uma empresa. Nesse sentido, o Ceará é um bom exemplo, pois já realiza esse processo em menos de dois dias, na média”, afirmou.

O secretário da Sepec também ressaltou a importância de projetos relacionados à incorporação de tecnologia e aposta em empresas inovadoras para acelerar o desenvolvimento – uma estratégia, segundo ele, que já sendo contemplada pelo Governo do Ceará. “Em muitas estratégias que trabalhamos estamos muito alinhados com o Ceará, vem dando atenção especial à inovação e ao planejamento para criar uma ambiência de negócios consistente e competitiva”.

Programas

Durante sua apresentação o secretário Carlos da Costa ressaltou a importância do setor privado, em espacial pequenos negócios, para o desenvolvimento da economia brasileira. “Os brasileiros e brasileiras empreendedores são os verdadeiros heróis desse país. São eles que realmente geram empregos – quase a totalidade dos cerca de 800 mil postos criados em 2019. Nossa visão no governo é facilitar o trabalho deles. Esse é o futuro para a gente se desenvolver de forma acelerada”.

Esse futuro, conforme, o secretário passa pela desburocratização de processos, mais investimentos em conhecimento, formação profissional e fomento ao crédito. Ele informou que o programa Mobilização pelo Emprego e Produtividade está atendo a todas essas questões, além de incorporar questões relativas à infraestrutura, logística e quebra de alguns monopólios que eleva o chamado custo Brasil e torna a economia menos dinâmica internamente e menos competitiva no exterior.

A agenda do secretário Carlos da Costa no Ceará foi intensa. Na quarta e quinta feiras, manteve uma dezena de encontros, entre as quais encontro com o governador Camilo Santana. Após o evento na Fiec, ele passou à tarde em visita guiada ao Porto do Pecém, onde conheceu em detalhes a estrutura do Complexo industrial e Portuário e o funcionamento da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) – primeira e, até o momento, a única em operação no País.